É fato que existe uma certa ojeriza das pessoas quando temos
que tocar no assunto POLÍTICA. Mas é impossível qualquer convivência humana sem
uma relação política. Muitas pessoas misturam o que entendem como política
partidária da expressão política em si, que em suma quer dizer a arte de
se relacionar e conviver bem com o que há em seu redor.
Fazer política então, é viver de
forma harmônica com tudo e com todos. Quem não quer e/ou
não precisa disso? Existe
uma palavra que é irmã do termo "política", mas ao contrário dessa é sempre muito bem aceita e reconhecia: CIDADANIA. Quando falamos que
precisamos exercer nossa cidadania, respeitamos nossos direitos e deveres no
processo como um todo. Já quando falamos que precisamos fazer política, entendemos como algo ruim e recheado de conchavos, roubalheiras e coisas do
gênero. Mas é bom não esquecer: Política e Cidadania são rigorosamente a mesma
coisa.
Na Grécia antiga, quando a pessoa participava ativamente das decisões
que envolviam a coletividade, se dizia que era um cidadão "político". Mas,
quando tinha esse direito e abria mão dele se
isolando da sociedade, ganhava um outro nome: "Idiota" (Idiotés). Para
os Gregos então, aquele que era egoísta e se isolava da vida social era um
idiota. Essa seria a origem desse termo que na Psiquiatria ganhou uma nova
concepção: o idiota é aquele que sofre de "idiotia", que é o
diagnóstico atribuído ao indivíduo mentalmente deficiente, com grau avançado de
atraso mental, ligado a lesões cerebrais.
A arte de governar exige certas qualidades que
capacitam mais a uns que a outros. Hoje, existem muitos trabalhos acadêmicos que
mostram a diferença significativa que existe entre ser chefe e ser líder -
entre ter poder e ter autoridade -, entre conhecer e administrar saberes. Essa
última, creio ser inclusive indispensável para quem quer ocupar um cargo no
poder executivo e no poder legislativo. Explico: Não precisamos dominar todos os assuntos, mas precisamos articular, buscar, relacionar
todos os saberes que se apresentam de forma difusa e fragmentada, fazendo com
que componham um quadro que beneficie a todos. O conhecimento está aí, disponível a qualquer um, inclusive nas redes sociais. O difícil é alguém que tenha
habilidade de converter e trabalhar esses dados para o benefício
de outras pessoas. Relacionamento é a grande habilidade do ser político.
Política não é só história. É óbvio que as realizações do
passado ajudam nas escolhas que podemos fazer no futuro. Mas a vida é um
processo dinâmico. Tão ou mais importante do que o que já foi feito, é o que
ainda se faz e o que se propõe fazer no futuro. Existem muitos políticos que
hoje vivem apenas dos frutos do que semearam no passado, e isso pode ser perigoso. Afinal, sob a capa do "passado" se gabaritam para um futuro
que nem sempre estarão dispostos a por ele lutar. É aquela história: "meia verdade em muitos casos é pior do que a mentira, porque existe
algo de verdadeiro que a sustente enquanto vai matando a realidade...".
Isso é para se pensar!