Um texto publicado no site
JusBrasil revela o teor de documentos do Departamento de Estado Americano
durante a Ditadura Militar. Os documentos mostram como o jornalista e
empresário Roberto Marinho (1904-2003), fundador da Rede Globo, atuava como um
dos principais articuladores da Ditadura no Brasil, reunindo-se com seus
principais líderes, interferindo na sucessão e indicando ministros. Num
telegrama ao Departamento de Estado americano, o então embaixador dos Estados
Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, deixa clara, segundo o site, a interlocução
privilegiada do proprietário da Rede Globo com líderes do movimento militar em
decisões importantes. No dia 14 de agosto de 1965, ano seguinte ao golpe,
Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama classificado como
altamente confidencial — agora já aberto a consulta pública — em que contava um
encontro mantido na embaixada com Roberto Marinho. A conversa, segundo Gordon,
versava sobre a sucessão entre os generais militares. Segundo relato do
embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” ao lado de um grupo
composto pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery
do Couto e Silva, chefe do SNI (Serviço Nacional de Informação); Luis Vianna,
chefe da Casa Civil, que discutiam o futuro do marechal Castelo Branco no
comando do País. No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho
teve um encontro com Castelo Branco. De acordo com Gordon, a ideia era que o
general prorrogasse seu mandato o que não ocorreu.
(R7)