16 fevereiro 2015

Com 100 mil homicídios sem justiça, famílias assumem a apuração de crimes

Com 100 mil inquéritos de casos de homicídio no Brasil há mais de cinco anos sem solução segundo dados do Dados do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), familiares de vítimas têm buscado, cada vez mais, a justiça pelas próprias mãos. É o caso de Vanderlea Alves. Após quase dois anos sem nenhuma resposta sobre a morte do irmão Rodrigo Alves, de 36 anos, ela decidiu fazer um curso de detetive. Atualmente, tem a própria carteira de investigadora particular, oferecida pelo IUDEP (Instituto Universal dos Detetives Particulares). O irmão morreu no dia 6 de outubro de 2012. O corpo foi encontrado em um matagal nas proximidades da casa onde ele morava em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. De acordo com a polícia, o laudo da morte aponta quadro compatível com enforcamento. Porém, Vanderlea não acredita nessa versão. Ela conta que estava descontente com a investigação realizada pela delegacia e isso foi um dos motivos que a levaram a procurar o curso. Vanderlea chegou a descobrir junto à operadora de telefonia a relação dos números de telefone e a duração das ligações feitas por Rodrigo entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro de 2012 e entregou a lista à polícia. O empenho de Vanderlea em conduzir uma apuração paralela à oficial não é uma atitude isolada, como explica Sandra Domingues, fundadora-presidente da ONG “Justiça é o que se Busca”. O grupo acompanha atualmente mais de 400 casos de violência em todo o Brasil.
(R7)
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