Primeiro foram afetadas as
empreiteiras que construíram refinarias para a Petrobras. Depois, a crise da
estatal chegou à Sete Brasil, maior fornecedora de plataformas e de sondas para
o pré-sal, que hoje precisa de US$ 5 bilhões para pagar aos estaleiros. Agora,
são os bancos que terão de fazer provisões para cobrir possíveis calotes em
cascata no setor de óleo e gás. Um estudo do governo afirma que os bancos
privados e públicos teriam emprestado R$ 130 bilhões ao setor. Sem balanço
auditado, a Petrobras não consegue captar novos recursos e começa a ficar sem
caixa para pagar fornecedores e dívidas. A crise tem o potencial para
desestabilizar todo o setor de petróleo e gás brasileiro, além das cadeias
petroquímica, de fertilizantes e de biocombustíveis, que têm a estatal como
principal parceira ou fornecedora de insumos. Trata-se de um setor que
respondia em 2012 (último dado disponível) por 13% do PIB brasileiro, algo como
R$ 560 bilhões; em 2014, deve ter caído devido ao recuo nos preços do petróleo
e dos desdobramentos da Operação Lava Jato. A estatal tem uma rede de mais de
20 mil fornecedores cadastrados, entre fabricantes de máquinas, equipamentos,
embarcações e prestadores de serviços de diferentes portes e com contratos que
vão de menos de um ano (curto prazo) a mais de 12 anos (longo prazo).
(JCnet)