Depois de o Boko Haram matar
mais de 2.000 pessoas na região nordeste da Nigéria apenas no mês de janeiro,
cerca de 1 milhão de pessoas já deixaram suas casas no país. Segundo a Organização das Nações Unidas, além dos que se deslocaram
internamente no país, pelo menos 135 mil pessoas buscaram refúgio nos Camarões, no Chade
e no Níger. Mais de cem crianças chegaram sozinhas ao Chade,
sem a companhia dos pais ou de algum adulto. Segundo a Unicef, a maioria do contingente de refugiados
nigerianos é formada por mulheres e crianças. Dentro da Nigéria, a maior parte
dos refugiados se concentra em Yola, capital do estado de Adamawa. De acordo
com informações do Guardian, a população de refugiados supera
a da cidade, onde vivem 400 mil pessoas. No entanto, apenas uma
pequena parcela dos deslocados está de fato nos campos "oficiais",
onde organismos internacionais já reportam a escassez de comida. Em Maiduguri,
principal cidade do nordeste nigeriano e que foi atacada pelo Boko Haram,
os Médicos sem Fronteiras afirmam que a situação está ficando "insustentável".
Pelo menos 7.000 casos de cólera foram
registrados entre setembro e dezembro do ano passado — cerca de metade nos
campos de deslocados internos. Milhares de pessoas chegaram ao local após o
Boko Haram atacar Monguno, outra cidade da região.
(Brasilpost)