"Não confio na
política dos Estados Unidos nem troquei qualquer palavra com eles. Tal não
significa - longe disso - a recusa de uma solução pacífica para os
conflitos", realçou o líder cubano, numa carta lida pelo presidente da
Federação Estudantil Universitária, Randy Perdomo. Esta é a primeira vez que
Fidel Castro se pronuncia publicamente sobre a aproximação diplomática,
considerada histórica, entre Cuba e Estados Unidos, de relações suspensas há
mais de meio século, anunciada no passado dia 17 de dezembro pelos presidentes
norte-americano e cubano, Barack Obama e Raúl Castro, respectivamente. A
mensagem, que data de segunda-feira, chega menos de uma semana depois da
conclusão da primeira ronda de contactos oficiais entre Havana e Washington,
realizadas em Cuba, nos passados dias 21 e 22. O pai da revolução cubana, de 88
anos, que cedeu o poder ao seu irmão, Raúl, em 2006, por motivos de saúde,
quis, porém, expressar apoio às políticas do seu sucessor. "O presidente
de Cuba deu passos relevantes à luz das suas prerrogativas e das competências
que lhe são concedidas pela Assembleia Nacional [parlamento] e pelo Partido
Comunista de Cuba", diz na missiva. "Defender a paz é um dever de
todos. Qualquer solução pacífica e negociada para os problemas entre os Estados
Unidos e os povos -- ou qualquer povo da América Latina - que não implique o
uso da força deverá ser tratada de acordo com os princípios e normas
internacionais", acrescentou o líder da revolução cubana.
(JN)