Obter uma CNH (Carteira Nacional de
Habilitação) é um processo difícil para muita gente. Embora o Denatran
(Departamento Nacional de Trânsito) não possua dados nacionais, recentes
balanços divulgados por Detrans estaduais mostram índices muito altos de
reprovação, especialmente nos exames práticos. No Rio Grande do Sul, por
exemplo, 65,66% dos candidatos reprovaram na prova prática para a categoria B
(automóveis de passeio) em 2014. No Amazonas, foram mais de 70%. Já no Estado
de São Paulo, o nível de reprovação geral (somadas todas as categorias) chega a
33%. UOL Carros conversou com especialistas,
representantes de Detrans, CFCs (Centro de Formação de Condutores) e pessoas
que precisaram de várias tentativas para obter sua carteira de motorista, e
constatou: a baliza, manobra para estacionar o carro junto ao meio-fio no
espaço entre dois outros carros -- é a maior vilã para os candidatos. A
professora Caroline Vercelhese, de Porto Alegre (RS), reprovou quatro vezes no
exame prático, duas por causa da baliza; no caso do administrador Fábio de
Paula Nogueira, de Taubaté (SP), foram duas de três tentativas fracassadas pelo
mesmo motivo; já os estudantes Bruna Pierotti, de Cornélio Procópio (PR),
e Matheus Bezerra, de Pouso Alegre (MG), falharam uma vez cada na baliza. Ela
precisou de quatro testes para ser aprovada; ele, de três. Para o psicólogo
Fábio de Cristo, especialista em trânsito e autor do livro "Psicologia e
trânsito: reflexões para pais, educadores e futuros condutores", o
nervosismo é uma das principais causas de falhas na hora do exame, e acaba
sendo externado nos exercícios mais complexos da prova. "A ansiedade
afeta o desempenho e aumenta as chances de erro. Como a baliza requer
habilidade para avaliar o espaço disponível, manobrar o veículo e coordenar a
velocidade, tudo isso ao mesmo tempo, não se vai ter o resultado esperado se
ela não for bem orientada e supervisionada", explica.
(Bol)