O ex-boxeador e ativista pelos direitos civis Muhammad Ali, três
vezes campeão mundial dos pesos pesados, foi hospitalizado neste sábado, 20,
com pneumonia. Seu porta-voz, Bob Gunell, disse que a infecção foi
diagnosticada cedo e que a internação deve ser de pouca duração. "Ele foi
para o hospital na manhã de hoje. Ele tem uma pneumonia leve e o prognóstico é
bom", disse o porta-voz, que não identificou o hospital. Ali, de 72 anos,
sofre de mal de Parkinson desde 1984. O ex-boxeador apareceu em público pela
última vez em setembro, em sua cidade natal de Louisville, para a cerimônia de
entrega do Prêmio Humanitário Muhammad Ali; ele não chegou a discursar durante
a cerimônia. Nascido
em 1942 com o nome de Cassius Marcellus Clay, filho de um píntor de cartazes e
de uma empregada doméstica, Ali ficaria conhecido como "O Maior"
("The Greatest"), por ter conquistado o título mundial dos pesos
pesados três vezes, em 1964, 1974 e 1978. Foi declarado o "atleta do
século" pela revista Time e pela BBC. Sua atitude fora dos ringues, porém,
o tornou ainda mais famoso. Em sua autobiografia, publicada em 1975, Ali conta
que jogou no rio Ohio a medalha de ouro olímpica que havia conquistado nos
Jogos de Roma, em 1960, em protesto por não ter sido atendido em um restaurante
"só para brancos" (a segregação racial, que era comum nos estados do
Sul dos EUA, só seria declarada inconstitucional em 1965). Em 1964, já campeão
mundial como profissional, Clay tornou-se membro da organização militante Nação
do Islã; em 1967, recusou-se a atender à convocação para combater na Guerra do
Vietnã; foi preso e banido do esporte por dez anos, além de ter seu título
mundial revogado (as punições foram revertidas depois de uma decisão favorável
da Suprema Corte, em 1971). Em 1975, converteu-se ao Islã e adotou o nome
muçulmano Muhammad Ali. Encerrou sua carreira de atleta em 1981, três anos
antes de ser diagnosticado com mal de Parkinson.
(A Tarde)