A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que passa por uma
grave crise financeira, ainda não fez o pagamento dos salários atrasados de
novembro e do décimo terceiro de seus funcionários. Também sem receber, a
empresa terceirizada que presta serviços de limpeza à instituição, Vivante,
anunciou a demissão de 1.150 empregados que trabalham no hospital. Ontem (18),
em reunião entre a diretoria do hospital, a Superintendência do Ministério do
Trabalho em São Paulo e sindicatos que representam médicos, enfermeiros e
auxiliares de enfermagem, a Santa Casa pediu novo prazo para os pagamentos: 29
de dezembro. Com isso, uma possível greve dos funcionários foi adiada. "A
Santa Casa deixou claro que a instituição não tem dinheiro para nada, além dos
problemas administrativos que precisam ser sanados. Achamos que uma greve agora
dificultaria ainda mais a aquisição de empréstimos. Vamos aguardar até o dia 29
para tomar outra decisão, pois a crise é muito grave e salta aos olhos de
todos", disse o presidente do Sindicato dos Médicos, Eder Gatti. A
representante do Sindicato dos Enfermeiros, Ana Lúcia Firmino, acredita que a
situação pode ser resolvida sem prejuízos à população. "A Santa Casa tem
uma preocupação social e recebe todas as demandas de emergência do centro da
cidade. Por isso, nossa categoria decidiu aguardar o dia 29 como prazo máximo,
pois uma greve agora seria um grande prejuízo para a população", disse. Maria
de Fátima Neves de Souza, membro do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de
Enfermagem de São Paulo (Sindsaudesp), lembrou que os atrasos nos pagamentos
também geraram multas à Santa Casa. "Os trabalhadores querem que a Santa
Casa apresente um prazo máximo para o pagamento de multas", disse ela. Segundo
o Ministério do Trabalho, uma nova reunião de conciliação entre a instituição e
os sindicatos foi agendada para o dia 12 de janeiro.
(Bol)