28 dezembro 2014

'Fui vendida por R$35 como escrava sexual pelo Estado Islâmico'

Em um dia de agosto, Hannan acordou e se deparou com sua família arrumando as malas com pressa. Ela foi pega de surpresa: ainda não tinha se dado conta que os jihadistas do Estado Islâmico estavam tão perto. Do lado de fora, a rua principal de sua cidade natal, Sinjar, estava lotada. A família dela se juntou a outros yazidis correndo e chorando, enquanto balas voavam sobre suas cabeças, diz ela. A chuva vai castigando a barraca onde estamos abrigados enquanto ela, nervosa, conta sua história torcendo os dedos. Hannan não é seu nome verdadeiro. Nenhuma das ex-prisioneiras poderia suportar ser identificada. Hannan tem 18 anos e sonha ser enfermeira, um futuro que quase foi levado embora pelo Estado Islâmico. A jovem conta que os jihadistas bloquearam as estradas de Sinjar com suas caminhonetes. Eles separaram mulheres e meninas. "Eles eram 20, com barbas grandes e armas. Eles disseram: 'Vocês vão vir para Mosul'. Nós recusamos. Eles nos bateram e nos empurraram para os carros." Ela, então, foi levada com as outras mulheres para um ginásio esportivo e, depois de algumas semanas, todas foram para um salão de casamento. Em um dos lugares, havia um total de 200 mulheres e meninas. Era como se fosse um mercado de escravas. Os combatentes poderiam vir e escolher quem quisessem. "Nós não ousávamos olhar na cara deles. Tínhamos muito medo. Uma menina voltou depois de ter sido usada como escrava sexual e nos contou tudo. Depois disso, o Estado Islâmico não permitia que ninguém voltasse."
(google)
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