03 dezembro 2014

Ancestrais do homem tomavam álcool há 10 milhões de anos

Há cerca de 10 milhões de anos, a linhagem de primatas dos quais os humanos descendem já ingeria álcool. Um estudo de paleogenética fez uma viagem no tempo para encontrar o momento em que uma das enzimas que metaboliza o etanol das frutas se ativou. O fenômeno ocorreu na época em que o ancestral comum de humanos, gorilas e chimpanzés desceu das árvores. A fruta caída, quase apodrecida, pode ter servido como sustento daqueles primeiros hominídeos que caminhavam pelo chão. Em uma fruta que passa seu ponto de maturidade pode haver uma quantidade de etanol (a versão mais comum do álcool natural de origem vegetal). A teoria dominante, no entanto, defende que o álcool só passou a fazer parte da dieta dos humanos há cerca de 9.000 anos, quando em várias partes do mundo o nomadismo coletor deu lugar ao sedentarismo e à agricultura. Com a acumulação de grãos e frutas, os primeiros neolíticos descobriram que podiam conservá-los através da fermentação e sua transformação em bebidas alcóolicas. Mas uma pesquisa divulgada na revista científica PNAS estabelece como bastante anterior a irrupção do álcool entre os humanos. Tanto que estes ainda nem sequer existiam. Analisando a evolução da enzima álcool desidrogenase classe IV (ADH4), uma das que metabolizam os diferentes álcoois que entram no organismo, em primatas atuais e extintos, uma equipe de pesquisadores estima que essa enzima se ativou há cerca de 10 milhões de anos.
(msn)
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