Fotos tiradas por fiscais do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) mostram as condições análogas às de escravidão em que 37
bolivianos trabalhavam e moravam há pelo menos um ano e meio em uma oficina de
costura na Zona Norte da capital paulista. Eles produziam para a loja de
departamentos Renner e foram resgatados pelo Ministério do Trabalho São Paulo x e no Rio Grande do Sul. Segundo a
investigação, a dona da empresa na capital paulista era boliviana e pagava os
funcionários por produção, com descontos indevidos. A apuração com denúncias de
situações de trabalho escravo duraram três meses. As roupas, produzidas nas
jornadas exaustivas constadas pelo MTE, eram enviados para outras duas empresas
contratadas pelas lojas Renner. Na sede da Renner no Rio Grande do Sul, os
auditores-fiscais dizem ter encontrado documentos e projetos das roupas feitas
em São Paulo, que provaria a ligação da empresa com a oficina da boliviana. A
Renner recebeu 30 multas, que totalizaram R$ 2 milhões. "Nós estamos
falando de trabalho absolutamente degradante, de trabalhador intoxicado, de
trabalhador que não recebe salário. O salário dele é aprisionado, alguém recebe
e vai dando aos poucos pra ele, de trabalhadores enganados, é caso criminoso, é
caso muito grave", afirmou o superintendente regional do trabalho, Luiz
Antonio Medeiros.
(G1)