A frustração na disputa pelo governo de São Paulo e a crise no
casamento de conveniências com o PMDB não são os únicos problemas que o
empresário Paulo Skaf terá de enfrentar na convalescença da derrota. Sob
cerrado “fogo amigo” e a menos de um ano do fim do mandato como presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-candidato é alvo
de um movimento que visa afastá-lo do comando da entidade. O possível adversário
tem peso e vem sendo vitaminado nos bastidores: é o empresário mineiro Josué
Alencar Gomes da Silva, dono da Coteminas, filho do ex-vice-presidente José
Alencar e candidato derrotado pelo PMDB ao Senado por Minas Gerais (onde ficou
em segundo lugar com mais de 40% dos votos). Ele é terceiro vice-presidente da
Fiesp e, para agravar o inferno astral de Skaf, nome muito próximo à presidente
Dilma Rousseff, a quem o empresário simplesmente lavou as mãos e virou as
costas no segundo turno. O grande problema do candidato derrotado, segundo
fontes ligadas ao PMDB e à Fiesp, foi ter misturado as estações, ou seja, ao
fazer da política uma extensão do comando classista, ele teria criado uma
situação em que as demandas da entidade acabaram sendo contaminadas pelas
pretensões eleitorais. Ao se recusar a subir no palanque de Dilma,
reassumindo imediatamente a presidência da Fiesp depois da derrota, o
empresário criou constrangimento ao seu principal fiador político, o
vice-presidente Michel Temer que, nos bastidores, se diz profundamente
frustrado em ter patrocinado a aliança.
(IG)