06 novembro 2014

Em guerra com o PMDB, Skaf é alvo de movimento que tenta afastá-lo da Fiesp

A frustração na disputa pelo governo de São Paulo e a crise no casamento de conveniências com o PMDB não são os únicos problemas que o empresário Paulo Skaf terá de enfrentar na convalescença da derrota. Sob cerrado “fogo amigo” e a menos de um ano do fim do mandato como presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-candidato é alvo de um movimento que visa afastá-lo do comando da entidade. O possível adversário tem peso e vem sendo vitaminado nos bastidores: é o empresário mineiro Josué Alencar Gomes da Silva, dono da Coteminas, filho do ex-vice-presidente José Alencar e candidato derrotado pelo PMDB ao Senado por Minas Gerais (onde ficou em segundo lugar com mais de 40% dos votos). Ele é terceiro vice-presidente da Fiesp e, para agravar o inferno astral de Skaf, nome muito próximo à presidente Dilma Rousseff, a quem o empresário simplesmente lavou as mãos e virou as costas no segundo turno. O grande problema do candidato derrotado, segundo fontes ligadas ao PMDB e à Fiesp, foi ter misturado as estações, ou seja, ao fazer da política uma extensão do comando classista, ele teria criado uma situação em que as demandas da entidade acabaram sendo contaminadas pelas pretensões eleitorais. Ao se recusar a subir no palanque de Dilma, reassumindo imediatamente a presidência da Fiesp depois da derrota, o empresário criou constrangimento ao seu principal fiador político, o vice-presidente Michel Temer que, nos bastidores, se diz profundamente frustrado em ter patrocinado a aliança.
(IG)
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