Oficialmente, dirigentes petistas garantem que não trabalham com
a hipótese da presidenta Dilma Rousseff (PT) garantir a reeleição ainda no
primeiro turno. Argumentam que nem o ex-presidente Lula, cuja popularidade é
consideravelmente maior, conseguiu votos suficientes para não precisar da
segunda etapa da disputa. Mas, na verdade, a estratégia para o confronto direto
com a presidenciável Marina Silva (PSB) já começou a ser usada no último fim de
semana, a uma semana do primeiro turno da eleição. Uma inserção de TV e uma
pergunta feita por Dilma a Marina exploraram os quatro votos da ex-senadora
contrários à criação da CPMF, ainda no governo Fernando Henrique (PSDB). Marina
vinha afirmando ter votado a favor da proposta para garantir mais recursos para
a saúde. Segundo a versão de Marina, ela teria votado favoravelmente à criação
da CPMF mesmo contrariando o PT, seu partido na época, que tentava evitar a
criação do novo tributo. Dados do Senado mostram, no entanto, que ela votou
“não” ao imposto em 1995 e 1999. O presidente nacional do PT, Rui Falcão,
acredita que a estratégia terá efeito imediato. “Ela foi pega na mentira”, diz.
Apesar de não descartar ainda a possibilidade de enfrentar o senador Aécio
Neves (PSDB) na segunda etapa da eleição presidencial, Falcão afirma que a
estratégia deve seguir a mesma e o foco por ora é Marina. A ideia é defender a
gestão de Dilma e fazer uma comparação entre as duas: em outras palavras,
apontar fragilidades e contradições na trajetória da adversária. Nas duas
eleições anteriores, com Lula e Dilma, o PT iniciou a estratégia do confronto direto
apenas depois de passado o primeiro turno da disputa.
(G1)