A maluquice é pensar que
não temos vaga ideia do que fazíamos em 3 de junho de 1992, quando pela
primeira vez Mario, mais um recém-nascido qualquer a chorar num hospital
qualquer da Alemanha, viu a luz. Dada nossa sina de marionetes do tempo,
estávamos indiferentes à história que começava a ser costurada – lavávamos
louça, víamos novela, reclamávamos do centroavante tosco de nosso time,
discutíamos futebol com nosso pai, aquela figura de rugas desenhadas também
pela dor e pela glória que o futebol tanto nos dá. Não podíamos imaginar o que
aconteceria tanto tempo depois, naquele inalcançável 13 de julho de 2014,
naquele futuro domingo de sol no Maracanã, naquele instante precioso em que o
pequeno Mario, o gigante Mario Götze, com apenas 22 anos e uma eternidade pela
frente, receberia de Schürrle aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação,
dominaria no peito e desviaria para o gol. Não podíamos calcular que surgia o
protagonista da vitória por 1 a 0 na final, o sujeito que evitaria uma festa da
Argentina no Maracanã, o atleta que tornaria a Alemanha tetracampeã mundial de
futebol!
(globoesporte)