Com baixíssima representação no Congresso, as minorias estão se
rebelando. O grito mais rotundo está partindo dos índios, minoria das minorias,
segmento sem nenhum representante eleito e que, ainda assim, numa curiosa
contradição, inspirou a criação da Frente Parlamentar de Defesa dos Povos
Indígenas, bombardeada por todos os lados pela bancada ruralista, arquiinimiga
da causa. Órfãos dos governos, mas assessorados por parlamentares de várias
regiões do país, pela Igreja Católica e por ONGs, os índios querem agora
colocar um representante no Congresso nas eleições deste ano. Para isso,
organizaram uma estratégia aparentemente infalível: concentraram os esforços em
Roraima - onde a presença indígena na sociedade, representando 11% dos 490 mil
habitantes, é a mais ampla do País - para eleger um deputado federal e outro
estadual. Pela primeira vez na história das eleições no Estado, caciques (lá
chamados tuxauas) decidiram, em inédita assembleia realizada há poucos dias,
unificar as nove etnias - macuxi, wapixana, taurepang, ingarikó, wai-wai,
yanomami, patamona, saparé e ye´kunan - para conquistar uma cadeira na Câmara.
A vaga está aberta desde a eleição do único índio que até hoje ocupou um
assento no Parlamento, o ex-cacique xavante Mário Juruna que, embora tenha sua
história no Mato Grosso, foi eleito pela população branca do Rio de Janeiro e
teve passagem meteórica e polêmica pela Casa entre 1982 e 1986.
(Último Segundo)
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