26 maio 2014

Comunidades indígenas fazem pacto para eleger deputado

Com baixíssima representação no Congresso, as minorias estão se rebelando. O grito mais rotundo está partindo dos índios, minoria das minorias, segmento sem nenhum representante eleito e que, ainda assim, numa curiosa contradição, inspirou a criação da Frente Parlamentar de Defesa dos Povos Indígenas, bombardeada por todos os lados pela bancada ruralista, arquiinimiga da causa. Órfãos dos governos, mas assessorados por parlamentares de várias regiões do país, pela Igreja Católica e por ONGs, os índios querem agora colocar um representante no Congresso nas eleições deste ano. Para isso, organizaram uma estratégia aparentemente infalível: concentraram os esforços em Roraima - onde a presença indígena na sociedade, representando 11% dos 490 mil habitantes, é a mais ampla do País - para eleger um deputado federal e outro estadual. Pela primeira vez na história das eleições no Estado, caciques (lá chamados tuxauas) decidiram, em inédita assembleia realizada há poucos dias, unificar as nove etnias - macuxi, wapixana, taurepang, ingarikó, wai-wai, yanomami, patamona, saparé e ye´kunan - para conquistar uma cadeira na Câmara. A vaga está aberta desde a eleição do único índio que até hoje ocupou um assento no Parlamento, o ex-cacique xavante Mário Juruna que, embora tenha sua história no Mato Grosso, foi eleito pela população branca do Rio de Janeiro e teve passagem meteórica e polêmica pela Casa entre 1982 e 1986.
(Último Segundo)
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