18 fevereiro 2014

Ação de justiceiros é um retrocesso à barbárie

No começo de fevereiro, redes sociais, jornais e sites foram tomados pela imagem de um adolescente negro e nu, preso a um poste do bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, por uma corrente de bicicleta. O jovem tinha marcas de espancamento e parte da orelha cortada. Três dias depois, o jornal carioca "Extra" publicou vídeo em que um homem é executado à luz do dia em uma rua movimentada de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Na última quinta-feira (13), outro jovem foi amarrado a um poste e agredido após uma tentativa de assalto em Itajaí, em Santa Catarina. Nos três casos, as vítimas eram acusadas de cometerem furtos e roubos. Os autores se autoproclamaram “justiceiros” e fizeram o papel da polícia, ao prendê-los, e da Justiça, ao julgá-los e definir as penas a serem aplicadas. “A sociedade caminhar para esse tipo de postura [apoiar a ação de justiceiros] indica a falência do estado democrático de direto”, diz Rodrigo Augusto Prando, sociólogo da Universidade Prebisteriana Mackenzie. Para Prando, o apoio a esse tipo de atitude só é possível porque a sociedade brasileira é culturalmente violenta. “O gosto pela violência faz parte da vida do brasileiro, que está habituado a tratar o outro como coisa. Foram 400 anos de escravidão, em que um grupo mandava e outro obedecia."
(Último Segundo)

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