A
bancada de parlamentares governistas, formada pelos vereadores Adriano,
Willian, Bugrinho, Durva, Ricardo e Carlão, apresentou na sessão da câmara
municipal de Pederneiras desta terça-feira (08), projeto de resolução que tem
por objetivo, além de manter apenas duas sessões por mês, diminuir o tempo do
uso da tribuna pelos edis. Pela proposta, o tempo do orador inscrito recua de 10
para 5 minutos e o de explicação pessoal de 5 para 3 minutos, ambos sem
direito a aparte.
O
projeto da maioria se contrapõe a outro, apresentado pelos vereadores Zezé
Pegatin, Mauro Soldado e Chapéu, que estabelece sessões todas as terças-feiras,
aumentando de duas para quatro ao mês.
O
movimento dos vereadores governistas é, sem dúvida, na direção do retrocesso
para o legislativo municipal. Tentar amordaçar parlamentares pode ser entendido
como atentado à democracia. Lamentável essa tentativa de aniquilação do parlamento municipal
mediante estratégia de sufocar parlamentares, patrocinada e acintosamente
conduzida por uma maioria que se imagina “dona da cocada branca”.
Constatar que alguns vereadores conceituados entraram nessa
arapuca é extremamente decepcionante. Entristece imaginar que esqueceram fácil
ou sequer conhecem a história, que mostra a restrição do exercício parlamentar como
porta de entrada para a ditadura que o Brasil viveu no passado.
Enquanto esses vereadores desavisados buscam desmerecer a população
e a câmara, o executivo é quem legisla e cada vez mais com a anuência deles,
abarrotando a pauta com projetos, abusando do instituto da urgência.
Subserviência é o que se pretende? A história poderá julgá-los antes mesmo do que
imaginam.
Quantos projetos de política pública, de interesse para o
município e para o povo os vereadores do retrocesso apresentaram até aqui? Será
que vieram apenas para sentar na cadeira e exercitar o “sim, senhor”? O custo
de um vereador/mês a gente sabe, é algo em torno de R$ 4,5 mil. Entretanto, o benefício, se
considerada a produção, é difícil até dizer se houve.
O que se comenta pelos quatro cantos é que o procedimento desses
vereadores do retrocesso no parlamento possui um comando externo, de fora do legislativo,
tipo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Quem sabe é chegada a hora de se pensar uma mudança de
cultura na política local? O povo precisa entender que vereador não tem o papel
de ficar dando isso ou aquilo para esse ou aquele. Vereador não deve seguir
cegamente orientações típicas do autoritarismo. Ao contrário, deve defender e
fortalecer o parlamento, e lutar com
bravura pelos direitos de todos.
Muitos falam em ética na política, mas pouquíssimos a
praticam de verdade.
0 comments:
Postar um comentário