26 agosto 2013

EDUCAÇÃO: Por uma estrutura do século passado

As manifestações que tomaram conta do país nos últimos meses fizeram com que todos os olhares se voltassem para a classe de educadores, que já suplica por atenção há décadas. Com o processo de decadência da carreira cada vez mais intenso, desdobramento inevitável do descaso do governo ao longo dos anos, hoje, a categoria apenas vislumbra de forma saudosista a realidade do sistema público da década de 70, sinônimo de excelência se comparado com a rede particular da época. 
Atuante na docência da rede pública de ensino de 1984 até 1998, Lúcia Helena Soares, de 58 anos, afirma que o sistema já teve seus tempos áureos. “Já havia algumas deficiências quando comecei a lecionar, diferentemente de quando eu estudei. Fiz todo meu ensino em escolas públicas, inclusive a faculdade. A estrutura era impecável”. 
Hoje, sem exercer mais a profissão, ela aponta que a crescente demanda de estudantes não é acompanhada de forma equivalente pelos investimentos. “Se faz necessário um grande número de pessoas para atuar na área e isso demanda um gasto muito grande. Talvez por isso as administrações públicas desvalorizaram os salários”. 
Circunstância que resultou na quebra de paradigmas da condição de educador. “Gradativamente, houve um processo de desvalorização da profissão. Antes, tinha até certo status dizer que era professor”, afirma Lúcia Helena.
(JB)

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