Em setembro de 1995 o então prefeito pederneirense do PV, doou a maior parte da área da prainha a alguns
empresários para que, no local, fosse construído o grandioso “Thermas Internacional
do Tietê”. Um parque aquático com piscinas, toboágua, vestiários, restaurante e
estacionamento.
A exemplo do que ocorre nos dias atuais,
a lei de doação era muito vaga, não trazia garantias necessárias para o caso de
não cumprimento das obrigações pelos empresários. Na Câmara Municipal – e eu
era vereador - votei contra. Entretanto a maioria ganhou de goleada, passou o
trator por cima e, assim, a doação foi oficializada.
Lembro muito bem que o meu jeito de ser
vereador, que fiscalizava tudo muito de perto, era vendido à população como de
alguém que puxava a corda para o lado oposto. Os que mandavam na prefeitura
espalhavam na cidade que eu era contra o desenvolvimento, contra a geração de
empregos, que torcia contra, jogava contra, etc. Aliás, como ainda é nos dias
atuais.
A propaganda do “Thermas Internacional
do Tietê” vendia um sonho gigantesco. E haja gente adquirindo títulos. Os
pederneirenses, claro, queriam e mereciam ter um lugar assim. Mas na prática,
eu podia sentir o cheiro da trambique no ar, porque a obra mesmo, havia
empacado.
Tempo se passou e aquilo não andava. Mesmo
não andando como deveria, tinha o apoio irrestrito da administração, que até
equipamentos, máquinas e gente da prefeitura mandou pra lá, ajudando a
prolongar o tal sonho.
Seis anos se passaram e então, era
definitivo: O “Thermas Internacional do Tietê” deixou de ser sonho e passou a
ser pesadelo.
Fui ao Ministério Público Estadual (MP)
e solicitei o ingresso de ação própria, capaz de retornar a área ao patrimônio
municipal. Nada menos que seis mil títulos haviam sido vendidos na região,
praticamente a metade apenas em Pederneiras; seis mil pessoas haviam sido
lesadas na maior cara de pau.
Com a intervenção do MP, em 2003
Pederneiras retomou a área de terras que passou a ser novamente patrimônio do
povo.
O lamentável prejuízo para quem comprou
os papéis frios “Thermas Internacional do Tietê” foi real. O dinheiro de quem
investiu naquilo nunca retornou. Prova de que quando a cabeça de uma
administração não pensa, o corpo (a cidade e o povo) padece.
Reginaldo
Monteiro
Teve um outro engodo também, que esse sim ficou na história e gerou prejuízo a muitos munícipes e investidores.
ResponderExcluirAlguém aí se lembra, daquele empreendimento residencial com apoio da prefeitura, de um "GRANDE" Condomínio, (ao lado do parque ecologico), iria ser lançado e que foi comercializado, pago por muitos e transformou-se em um "GRANDE" CALOTE !!!
Quem aí, lembra bem e continua a lorota e o prejuízo ?