Desde a última segunda-feira, aproximadamente 180 funcionários do setor de solda da fábrica da Volvo em Pederneiras estão de braços cruzados. Além da criação de uma terceira faixa de salário e pagamento de vale-alimentação, os trabalhadores pleiteiam readmissão de 25 colegas demitidos na semana passada. Hoje, haverá audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas, para discutir o assunto.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Pederneiras, nos dias 25 e 26 de março, já havia ocorrido uma paralisação espontânea. Os funcionários do setor de solda defendem criação de uma terceira faixa de salário (atualmente, existem os cargos de soldador 1 e 2, seguido do especializado) e o pagamento de vale-alimentação.
A diferença de remuneração do soldador 2 para o especializado, que realizaria serviço semelhante, é de cerca de 25%, ou R$ 1.000,00, de acordo com a entidade. Com a criação do cargo de soldador 3, essa diferença poderia diminuir. Na ocasião, metade dos trabalhadores do setor de produção da Volvo também aderiu à paralisação.
Uma comissão de trabalhadores foi formada para negociar com a direção da empresa. Os funcionários compensariam os dias parados nos sábados enquanto a diretoria analisaria as propostas. Segundo o sindicato, a Volvo teria ameaçado dar advertência coletiva e descontar os dias parados se não houvesse o retorno ao trabalho.
Apesar do retorno, porém, entre os dias 1 e 2 de abril, 25 colaboradores foram demitidos, entre eles cinco integrante da comissão de negociação e pessoas que aderiram à paralisação. A entidade que defende a categoria decidiu, então, convocar uma assembleia para o dia 2 de abril para que a proposta de greve fosse colocada em votação.
Na última segunda-feira, dia 8, foi realizada uma mesa-redonda entre sindicato e empresa no Ministério do Trabalho em Bauru. Apesar de oferecer vale-alimentação de R$ 200,00, a Volvo não aceitou criar a terceira faixa de salário e nem readmitir os funcionários demitidos e a reunião terminou sem que houvesse um acordo.
No mesmo dia, cerca de 180 trabalhadores do setor de solda decidiram iniciar a greve. A empresa, então, solicitou o agendamento de audiência no TRT em Campinas. A reunião foi marcada para hoje, às 15h. As propostas apresentadas pela Volvo serão levadas para votação em assembleia e a categoria irá decidir se retorna ou não ao trabalho. A reportagem apurou que a paralisação já estaria comprometendo outros setores da empresa, como usinagem, pintura e linha de montagem.
Empresa nega retaliação
A Volvo negou que as 25 demissões estejam relacionadas a eventual retaliação por conta das paralisações. De acordo com a empresa, havia um “excesso de mão de obra” diante do cenário de queda na demanda para os próximos meses.
Por meio de nota, a Volvo disse que, desde o início das negociações, já recebeu duas pautas “diferentes e descabidas”, o que vem tornando as negociações “confusas e difíceis”. “Por isso, a empresa formalizou o pedido de Mesa Redonda no Ministério do Trabalho, que ocorreu no último dia 8, e amanhã (hoje) teremos uma audiência no TRT em Campinas agendada para as 15h, requerida pela empresa”, afirma.
Ainda segundo a empresa, os soldadores ganham salário de R$ 3.348,00 para jornada semanal de 40h e benefícios como assistência médica, hospitalar e odontológica, reembolso de medicamentos de 70%, reembolso educacional de 50%, previdência privada, refeições subsidiadas e clube dos funcionários.
(JCnet)
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