01 abril 2013

O Golpe Militar de 1° de Abril de 1964



ditadura militar no Brasil durou de 1964 a 1985

A Inversão de Valores

A pretexto de “subversão da ordem e da ameaça comunista”, políticos udenistas, empresários e latifundiários articulam-se com militares identificados com as teses da Segurança Nacional. Respaldados por ajuda externa - financeira, logística e até militar, se necessário fosse - desferem um golpe militar no dia 1° de Abril, que denominaram “Revolução Democrática de 31 de Março".

1ª Aberração Sociológica: Golpe vira Revolução. 

Em nome da “salvação do país e da preservação dos valores democráticos e cristãos”, os auto-proclamados “revolucionários” rasgam a Constituição à qual juraram fidelidade. Instaura-se a prepotência, o arbítrio, a censura, as cassações políticas, as prisões dos líderes sindicais, políticos e estudantis. Tentam calar a consciência da nação. 

2ª Aberração Sociológica: Ditadura vira Democracia. 

Muitos são os desatinos cometidos ao longo dos últimos 49 anos. Para quem gosta de cifras, em 1964 tínhamos uma inflação que ainda não atingira os 100% a-n-u-a-i-s. A dívida externa , a partir dai, atingiu patamares estratosféricos. 

Conseqüências 

Miséria, desemprego, fome, violência, ausência total de valores éticos. De “País do Futuro”, o Brasil se transforma em país sem presente, no “País da Lei de Gerson”. 

Parodiando Nietzsche, “quem virá salvar-nos de nossos salvadores”? 

1° de Abril de 1964: 

Atrelamento do país aos interesses econômicos e ideológicos norte-americanos. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (Juracy Magalhães, Ministro das Relações Exteriores, nos primeiros momentos da ditadura militar); 

A repressão ao movimento estudantil; 

O esmagamento das liberdades; 

A humilhação da inteligência; 

O terrorismo de Estado; 

A luta armada; 

A reação da Igreja; 

O endividamento externo.



Curiosidades 

Eu sou uma vaca fardada”! (Declaração do general Olímpio Mourão Filho, um dos “líderes” da “Redentora”, como também era conhecida a “Revolução de 31 de Março” - leia-se Golpe de 1° de Abril - a propósito de sua cultura política). 

O famigerado DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) invade a casa de Ferreira Gullar e apreende livro sobre Cubismo como material “subversivo”, isto é, imaginavam tratar-se de propaganda comunista importada de Cuba. 

O livro "Em Cima da Hora”, de autoria de uma intelectual francesa anti-comunista, tradução do ex-governador do RJ, Carlos Lacerda, a fina flor do fascismo brasileiro, também é apreendido pela polícia política nas livrarias de todo o país porque sua capa ostentava a foice e o martelo. 


Enfim, para os interessados, Sergio Porto, o saudoso Stanislaw Ponte Preta, escreveu a esse respeito o FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País), registrando de forma bem-humorada um capítulo negro de nossa História.

(Café História)
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