Além de lidar com um problema velho –a falta de unidade do PSDB— o presidenciável tucano Aécio Neves depara-se com um desafio novo: as dificuldades para montar uma coligação partidária competitiva. Nesse jogo, os partidos importam pouco, quase nada. O que conta é o tempo de propaganda de cada um.
Mesmo envolvendo a máquina de Minas Gerais nas suas articulações, Aécio não é páreo para Dilma Rousseff, que monta seu palanque em plena Esplanada dos Ministérios. Para complicar, a oposição enfrenta agora a concorrência de um governista dissidente, o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB).
Nos últimos anos, sempre que tratavam de alianças eleitorais, os tucanos enchiam o peito como uma segunda barriga para anunciar, antes de qualquer negociação, que dispunham de dois parceiros automáticos. Hoje, o DEM (46 segundos) e o PPS (15 segundos) ameaçam tomar outro rumo. Ambos flertam com Eduardo Campos.
Sem ministérios a oferecer, Aécio inclui na sua equação o governo de Minas Gerais. No lance mais ousado, insinua nos subterrâneos que pode apoiar um nome do PP (1 minuto e 19 segundos) para a sucessão do afilhado político Antonio Anastasia. Chama-se Alberto Pinto Coelho. É o atual vice-governador de Minas.
O PP mineiro solta fogos com a pespectiva de o filiado Alberto Pinto obter o patrocínio de Aécio. Porém, a maioria do PP federal pende para Dilma, não para Aécio. O partido ocupa a pasta das Cidades –um dos ministérios politicamente mais rentávei$ da Esplanada.
Sobrinho de Tancredo Neves e primo de Aécio, o senador Francisco Dornelles (RJ) deixará a presidência do PP em 11 de abril –um pouco por enfado, um pouco para evitar o constrangimento de não entregar a legenda ao parente. Assumirá o comando do PP o senador Ciro Nogueira (PI).
(Uol)
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