Uma equipe composta por quatro finalistas em arquitetura na USP está em
Buenos Aires, capital da Argentina, para apresentar projeto elaborado por
eles. Trata-se de Largo Cênico (Complexo Cultural integrado à trama urbana)
para a cidade de Amparo, no interior paulista.
O pederneirense Victor Berbel Monteiro faz parte da equipe de estudantes
da USP. Os demais membros são Flávia Garofalo Cavalcanti, Diogo Cavalari Bella e Marcia Trento. Eles disputam na Argentina o Prêmio Aroztegui, promovido pela ARQUISUR
– Associacion de Faculdades y Escuelas de Arquitetura Públicas Del Mercosur.
Segundo exposição de motivos ao projeto, a cidade de Amparo, localizada
a menos de 150 km de São Paulo, possui um relevante acervo patrimonial e
cultural que precisa ser valorizado e reconhecido no seu conjunto e nas suas
particularidades.
A paisagem de Amparo resulta do desenho formado pelo Rio Camanducaia e
pelo tecido urbano que acompanha este traçado. Porém, dizem os finalistas de
arquitetura, “o que observamos hoje em dia é um certo esquecimento do rio em
meio a vida urbana. O que poderia ser um encontro prazeroso com a água,
tornou-se os fundos de construções mal feitas e por vezes abandonadas. A
população de Amparo se afastou de seu rio e esqueceu os significados que ele
carrega.”
Integrante de um circuito cultural, a cidade de Amparo, mesmo sem ter um
local adequado, abriga festivais artísticos e gastronômicos ao longo do ano.
Neste cenário destaca-se o grupo teatral "Casa do Teatro". Atualmente o grupo,
com recursos próprios, aluga um galpão onde ensina teatro a crianças e jovens,
onde apresenta suas peças e saraus, produz seus próprios figurinos, organiza
festas e encontros. É um grupo que persiste em suas atividades apesar da cidade
não possuir nenhum local apropriado para ensaios, apresentações ou mesmo uma
casa de espetáculos.
“Assim nasceu o motivo deste projeto. Buscamos compreender a importância
do patrimônio natural e material da cidade de Amparo em conjunto com o seu
patrimônio imaterial representado pelas festas populares, religiosas, feiras e
hábitos sociais que dão densidade significativa e simbólica ao sitio do
projeto. A memória e a tradição tornaram-se objeto de projeto”, finalizam.
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