27 outubro 2012

Em carta, Richthofen diz a Daniel Cravinhos que eles vão "sair dessa"


Em uma carta escrita para Daniel Cravinhos, Suzane von Richthofen diz que eles vão “sair dessa”. A mensagem foi escrita depois de o casal ser preso — junto com Cristian Cravinhos — pela morte dos pais de Suzane. No texto, a condenada escreve: “Tudo nessa vida tem um final e nos não vamos ficar para sempre presos. Não se envolva com pessoas erradas, que nos vamos sair dessa”.

Jornal da Record teve acesso, com exclusividade, a mensagens trocadas entre o casal antes e depois do crime.  As cartas foram trazidas para o processo pela polícia e pela defesa dos envolvidos na morte de Manfred e Marísia Richthofen. Elas dão as pistas de um romance que floresceu na adolescência, mas se tornou uma ameaça aos planos que os pais tinham para a menina bem-nascida.


Em um trecho de uma carta, Suzane diz: “Uma pérola negra: perolas já são raras, agora pérolas negras só se encontra uma vez na vida e eu encontrei você”. Em outra mensagem, ela diz que Daniel é seu anjo da guarda. E mais: “Você é pra mim tudo: meu namorado, o pai dos meus, nossos filhos. Minha vida!”.

Depois, as cartas vão tomando outro tom: “Foi Deus que nos uniu e ninguém vai nos separar. Para sempre”.

Brigas
Suzane e o irmão Andreas se integraram à família Cravinhos. Mas a vida paralela começou a incomodar os Richthofen, que já não viam Daniel no futuro da filha. No Dia das Mães de 2002, pai e filha brigaram por causa do namoro. Suzane xingou o pai e levou um tapa no rosto. Saiu de casa dizendo que não ia mais voltar. Mas voltou, prometeu aos pais que o romance tinha acabado, tirou a aliança de compromisso do dedo. Na verdade, o namoro passou a ser clandestino.
Cartas dessa época mostram o lamento da jovem: “Ninguém vai conseguir nos separar”, diz. Em outro trecho fala: “Meu maior sonho é me casar com você e formar uma família realmente feliz”. Em uma mensagem, ela faz referência direta aos pais: “Depois de tudo o que meus pais tentaram e não conseguiram nos separar não existe nada que nos separe”.
Nas férias de julho, os pais de Suzane foram para a Europa certos de que estavam livres do namorado da filha. Mas Daniel passou o mês praticamente todo morando no casarão da família Richthofen.
O Ministério Público acredita que foi com a volta dos pais que o crime passou a ser planejado. E no mesmo ambiente em que Daniel usava o talento para construir aeromodelos, o condenado fez as armas do crime.
No enterro de Manfred e Marísia, a aliança de compromisso já estava de volta no dedo de Suzane. O amor resistiu aos primeiros meses de prisão, mas em março de 2004,uma carta de Daniel dá o sinal de que o amor não era o mesmo: “Não sei por que você não fala mais com os meus pais e nem comigo, será que não confia mais em mim?”
Em entrevista ao Jornal da Record, Cristian Cravinhos, irmão de Daniel, confirma que o afastamento foi brusco e partiu de Suzane.
Assista ao vídeo:
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