31 maio 2012

CACHOEIRAGATE: Demóstenes cala na CPI e provoca briga entre parlamentares

Como já era esperado, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) usou seu direito constitucional de permanecer em silêncio durante a sessão da CPI do Cachoeira, alegando que já havia apresentado sua defesa na terça-feira durante depoimento no Conselho de Ética do Senado, o que deixou muitos parlamentares irritados. A decisão de Demóstenes provocou uma briga entre os membros da comissão, que levou o presidente, Vital do Rêgo (PMDB) a encerrar a sessão.
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) foi um dos mais exaltados ao se dirigir ao senador, que é acusado de praticar tráfico de influência em favor do esquema orquestrado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Citando o depoimento de Demóstenes no Senado, em que o senador se disse "um carola" que "redescobriu Deus", Costa afirmou que "se o céu existir, e eu tenho certeza que existe, o senhor não vai para o céu, porque o céu não é lugar de mentiroso. O céu não é lugar de gente hipócrita."
"Você passou cinco horas no Conselho de Ética e não conseguiu se explicar para o País. Mas aqui, em cinco minutos, o senhor dá uma explicação profundamente convincente. O seu silêncio é a mais profunda tradução da sua culpa. Escreve em letras garrafais: eu, senador Demóstenes Torres, sou sim membro da quadrilha do senhor Carlos Cachoeira", afirmou.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), então, apresentou ao presidente da CPI uma questão de ordem. "Nós todos aqui devemos respeitar a Constituição, e a Constituição afirma que o cidadão, seja lá quem for, tem o direito constitucional de permanecer em silêncio. Um senador da República não pode tratar um parlamentar ou quem quer que seja com indignidade."
O presidente da CPI concordou com Taques e garantiu que sua questão de ordem seria acolhida, assim que Silvio Costa concluísse sua fala, o que deixou o parlamentar ainda mais nervoso. "Você é metido a paladino da ética. Deselegante, interrompe minha fala para fazer uma questão de ordem sem começo, meio e fim", disse a Pedro Taques e, depois, voltando-se a Demóstenes ao berros: "Vou lhe chamar agora de ex-futuro senador da República. Você é um demagogo, um hipócrita. Trabalhou contra o País. Você devia ser processado pelo Conar por propaganda enganosa."
Diante da discussão, Vital do Rêgo dispensou Demóstenes e encerrou a sessão.
(IG)
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