21 janeiro 2012

21 DE JANEIRO: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

A balança da história pesa contra  a existência da religião organizada. Milhões pereceram em guerras religiosas ou que, entre outras coisas, tinham a religião como um dos componentes da discórdia entre dois ou mais grupos. Além disso, tem ainda o uso político que clérigos fazem da religião, nem sempre em prol de coisas construtivas.
Ainda assim, é fundamental defender o direito de uma pessoa de praticar sua fé. Se a pessoa quer orar para seu deus, que o faça em paz e na certeza de que ninguém lhe prejudicará por isso. Para sintetizar este pensamento, eis o que descreve o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
“Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.”
É importante insistir: as pessoas podem sim manifestar sua religião. Elas podem viver de acordo com os preceitos que julgam corretos. Se as mulheres decidem deixar o cabelo crescer e passam a usar saias na altura do joelho, ou se cobrem o corpo inteiro com uma burka, ou se os homens se abstém de sexo antes do casamento ou de carne de porco, não importa. As pessoas devem e podem viver à sua maneira, desde que observados os direitos do outro.
Mas alguns religiosos parecem não se conformar com o fato do vizinho venerar outro deus. Pior: há aqueles que não admitem que seu deus seja adorado de uma forma diferente, “herética” àquela que a pessoa julga ser a correta. Esse tipo de intolerância religiosa está acontecendo em diversos lugares do mundo neste momento. Na Nigéria ganha contornos de guerra civil.
Centenas de pessoas precisaram deixar suas casas no norte da Nigéria, em meio a ataques do grupo extremista islâmico Boko Haram (que significa “Educação Ocidental é um pecado”), que já deixaram pelo menos 31 mortos nos últimos dois dias. Em uma ocasião, homens armados invadiram uma reunião de um grupo cristão em Mubi, na região de Adamawa, fronteira com Camarões, e abriram fogo, matando pelo menos 17 pessoas. Depois desse incidente, os extremistas invadiram uma igreja cristã em Yola, capital de Adamawa, e abriram fogo, matando pelo menos outras oito pessoas.
Só no último ano, mais de 500 pessoas foram mortas pelo Boko Haram, que defende a implementação de uma lei islâmica no norte da Nigéria e quer a expulsão dos cristãos do seu território. No Natal, os extremistas realizaram uma série de ataques a bomba que deixaram 37 mortos só em uma igreja perto do capital, Abuja.
Hoje é Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Um dia para os religiosos refletirem e praticarem aquilo que a grande maioria prega: amor ao próximo. Tanto por isso, não devemos segregar, discriminar, maltratar ou causar mal a qualquer ser humano apenas porque ele não compartilha das mesmas convicções religiosas. Acima de tudo, devemos sim, amar uns aos outros. Isso é construtivo. Qualquer deturpação desta filosofia básica de muitas religiões traz consequências negativas a todos os envolvidos.
Ainda devemos nos lembrar dos ateus, estes descrentes, que também sofrem represálias apenas por terem uma cosmovisão diferente daquela da maioria religiosa. Por isso vale lembrar que a tolerância deve se estender a todos. A convivência pacífica entre os diferentes é possível, benéfica e pode tornar o mundo um lugar melhor para todos.
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