27 novembro 2015

Depois de isolar Delcídio, PT tenta se descolar de José Dirceu

Encurralado pela falta de credibilidade, o Partido dos Trabalhadores aproveitou a prisão de Delcídio do Amaral (líder do governo no Senado, eleito por Mato Grosso do Sul), feita pela Polícia Federal na quarta-feira (25), para reforçar a estratégia de uma faxina geral na imagem. O comunicado do PT, assinado pelo presidente nacional Rui Falcão, tenta descolar o partido do escândalo envolvendo o parlamentar, suspeito de tráfico de influência com o objetivo de facilitar a fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, condenado na Operação Lava-Jato. Dias antes, a legenda já tinha decidido desembarcar do apoio a Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara dos Deputados, envolvido em denúncias e que será julgado por falta de decoro parlamentar por mentir aos colegas de uma CPI. Agora, além da provável expulsão de Delcídio, que rapidamente vem ganhando força e que será decidida pela Comissão Executiva Nacional do PT, há um movimento interno entre os líderes do partido para negociar com José Dirceu, preso em Curitiba, sua desfiliação. Para interlocutores que acompanham de perto a tentativa do partido de voltar às origens, a expulsão de Dirceu seria traumática demais por causa da relação histórica dele com o PT. Por isso, o melhor caminho seria o acordo para que ele peça o desligamento do Partido dos Trabalhadores. O movimento cirúrgico envolvendo Dirceu será parecido com o que foi feito com o ex-deputado federal André Vargas, que se desfiliou do PT após condenação na Operação Lava-Jato, em setembro passado.
(IG)
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