27 novembro 2015

BAHIA: Travestis são obrigadas a pagar para trabalhar na rua em Salvador

Sofrendo discriminação, muitas travesti não conseguem ter acesso a educação e nem emprego. Muitas encontram na prostituição uma forma de sobreviver. Em Salvador, este trabalho está condicionado ao pagamento de R$ 50 por semana às cafetinas ou às pessoas designadas por elas para fazerem a cobrança. Quem não paga está passível de sofrer represálias. Em reportagem do jornal "A Tarde", a equipe percorreu alguns bairros da cidade e constatou um estruturado esquema de "cafetinagem" em sete locais. Segundo a publicação, os relatos dão conta de que a cobrança por "pagar a rua" existe em todo o país e geralmente é feita às travestis que vêm de outras cidades ou estados. Daí o nome "pagar a rua". Sem ter opções de como se manter e ganhar dinheiro, as travestis aceitam pagar. As cobranças são feitas sempre na sexta-feira e, geralmente, são realizadas por outras travestis, prostitutas ou ex-prostitutas, acompanhadas por outras travestis e até mesmo homens que trabalham com elas. Mas quem controla o esquema não vai à rua cobrar. "A cafetina vem, no carro, cobrar a pista acompanhada por mais cinco travestis. Se a travesti não tiver dinheiro para pagar, ela dá multa. Leva tudo que a pessoa tem. Se não tiver nada, descem as cinco [travestis do carro] para bater e até expulsar da pista", contou uma travesti, que faz ponto na Pituba, um dos bairros da cidade. Ainda segundo a publicação, as travestis, além de exploradas diariamente, também sofrem inúmeras agressões dos "cobradores". 
Compartilhar:

Copyright © Blog do Monteiro | Powered by Blogger
Design by SimpleWpThemes | Blogger Theme by NewBloggerThemes.com