Parlamentares
ouvidos disseram que o regimento interno da Câmara dos Deputados não prevê a
destituição do presidente da Casa. O afastamento de Eduardo Cunha dependeria,
principalmente, de uma eventual renúncia. Isto, caso ele se veja sem condições
políticas de exercer o cargo. Os deputados, porém, têm o poder de cassar o
mandato de qualquer colega. Outra possibilidade depende de o Supremo Tribunal
Federal aceitar a denúncia contra Cunha. O procurador-geral da República
poderia, então, solicitar seu afastamento da presidência da Câmara ao mesmo
STF. Caso Cunha renuncie ou seja afastado pela Justiça haverá uma nova eleição,
que será convocada pelo primeiro vice, Waldir Maranhão (PP-MA), acusado pelo
doleiro Alberto Youssef de receber dinheiro no Petrolão. O segundo
vice-presidente da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), e o primeiro-secretário,
Beto Mansur (PBR-SP), são réus em processos no STF. Um advogado e parlamentar
não descarta a hipótese de Cunha ter desistido de viajar à Itália para evitar
qualquer problema com a Justiça suíça. Ele não pode ser extraditado, mas nada
impede que seja alvo de ação no exterior.
(Informe do Dia)