Os governadores de todos
os estados do país que se reuniram nesta quinta-feira (30) com a
presidenta Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, comprometeram-se a ajudar o
governo a evitar a aprovação das chamadas pautas-bombas, projetos em tramitação
no Congresso Nacional que, segundo o Executivo, podem gerar gastos adicionais,
comprometendo o ajuste fiscal. O apoio ao esforço do governo em evitar o
aumento de gastos com matérias aprovadas no Congresso também foi expresso pelo
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) que falou em nome dos governadores
da Amazônia Legal. Segundo ele, a reunião serviu, entre outras coisas, para
manifestar “solidariedade e compromisso com as bancadas relativo às pautas-
bombas, para que não haja votação de leis que aumentem as despesas públicas sem
a correspondente receita e que cause mais crise no país”. Em razão da queda na
arrecadação, o governo anunciou neste mês um corte adicional de R$ 8,6 bilhões
no orçamento, além da redução da meta de superávit primário – economia feita
para pagar os juros da dívida pública – de 1,1% do para 0,15% do Produto
Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Além de fatores
econômicos, como a alta do dólar, a relação tumultuada com o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a dispersão da base aliada, que chegou a
votar contra o governo em algumas ocasiões, poderiam complicar ainda mais o
quadro. Entre os projetos considerados indesejados pelo Planalto estão o que
aumenta o índice de correção dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), passando de 3% para cerca de 6%. Além desse, o governo precisa
evitar a derrubada de vetos presidenciais, entre eles o que negou reajuste de
até 78% para servidores do Poder Judiciário e assegurar a aprovação do projeto
que reduz as desonerações da folha de pagamento de empresas.
(IG)