24 maio 2015

Ato pede que prédio do DOI-Codi seja memorial das vítimas da ditadura

Os nomes de algumas pessoas desaparecidas ou mortas pelo regime militar, logo após o golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart, foram lidos na tarde deste sábado, no pátio da 36ª Delegacia da Polícia Civil de São Paulo, na Rua Tutóia, 921, no bairro do Paraíso. Foi uma tentativa teatralizada de ouvir do outro lado das paredes a resposta de um ente querido e quem sabe salvá-lo da tortura. Mas nenhum ruído foi ouvido. O silêncio foi quebrado, minutos depois, por uma salva de palmas da plateia, na apresentação dos atores da Cia de Artes do Baque Bolado. O grupo artístico foi um dos vários a se apresentar no 2º Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, com o objetivo de reivindicar do governo paulista a substituição da delegacia por um espaço destinado à preservação da memória das vítimas da ditadura militar. O prédio foi sede do antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Hoje é um imóvel tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico. Um dos organizadores do ato, o ex-preso político José Luiz Del Roio defende a transformação do local em um espaço para peças teatrais, músicas e outras formas de manifestação cultural. “A melhor forma de combater o fascismo é a cultura”, resumiu ele. Segundo Roio, não há dados precisos, mas acredita-se que no prédio tenham morrido entre 60 e 80 pessoas.
(IG)
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