O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contestará a
posição dos empreiteiros investigados na Operação Lava Jato que disseram que
pagaram propina por que foram "forçados" a participar do esquema. As
informações são da Folha de S. Paulo. "Vamos combinar que nessa
situação não existem néscios e nem papalvos [sinônimos pessoas ignorantes
e enganáveis]. É muito difícil acreditar. Ninguém é obrigado a ganhar
dinheiro e a lucrar com uma atividade ilícita. É uma tese que contestaremos",
afirmou Janot. O procurador está atualmente em Buenos Aires, na Argentina,
onde participa de um encontro de procuradores do Mercosul. O advogado
Mario de Oliveira Filho, que defende o lobista Fernando Soares, conhecido como
Fernando Baiano, investigado pela Operação Lava Jato, disse nesta semana que os empresários são "vítimas"
de um esquema de propina que
está na “cultura do País”. “O empresário, porventura, faz uma composição
ilícita com algum político e paga alguma coisa. Se ele não fizer isso, não tem
obra. Quem desconhece esse tipo de ação desconhece a história do País. Os
empresários, que são os vilões, na verdade eles são vítimas de um esquema que
está na cultura deste País. Ontem mesmo o presidente de uma grande
empreiteira falou: ‘eu sou vítima, eu tive que pagar porque senão não pegava
obra’. Eu duvido que um empresário entre numa situação qualquer se ele não
estiver com a corda no pescoço, com a faca no pescoço", afirmou.
(Terra)