A presidente Dilma Rousseff, candidata a presidência pelo PT,
incluiu no debate SBT os temas dos quais o seu adversário, o candidato do PSDB,
Aécio Neves, gostaria de se desviar: a recusa de se submeter ao teste de
bafômetro, numa blitz no Rio de Janeiro, os casos de nepotismo no governo de
Minas Gerais durante sua gestão - envolvendo vários parentes e a irmã do
senador, Andreia Neves- a denúncia de envolvimento do ex-presidente do PSDB,
Sérgio Guerra (falecido) com propina para esvaziar uma das CPIs sobre Petrobras
e, de quebra, uma suspeita de privilégio na distribuição de verbas
publicitárias à emissoras de rádio ligadas à família do senador. “Candidato,
candidato... Você não é um cidadão acima de qualquer suspeita. (...) Isso não é
republicano”, reagiu Dilma, diante de uma pergunta do adversário sobre
declaração em que a presidente afirma que ninguém está livre de defrontar-se
com a corrupção - tema que mais uma vez dominou o debate neste segundo turno. Ao
tratar da morte de jovens no trânsito, Dilma obrigou o adversário a se explicar
sobre a recusa em fazer o teste de bafômetro numa barreira policial, em 2011,
no Rio de Janeiro. “Todo cidadão que for acionado, que for solicitado, deve se
dispor a fazer o exame de álcool e droga?”, provocou Dilma, sem citar o
episódio. Aécio engoliu a isca: “Eu tive um episódio (...), parei na Lei Seca
porque minha carteira estava vencida e ali mesmo naquele momento
inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei”, explicou-se o tucano,
rebatendo com acusações sobre corrupção no governo e afirmando que Dilma não
faz o mesmo em relação aos erros do governo. Dilma aproveitou para dizer que
não dirige sob (efeito) de álcool ou droga e afirmou que colocou o assunto no
debate porque os acidentes de trânsito afetam todos os brasileiros e que
ninguém pode se recusar o bafômetro. “A Lei Seca trouxe um bem para o país
(e...) e para os nossos jovens e adolescentes”.
(IG)