01 abril 2014

GOLPE MILITAR NO BRASIL: Teia' da repressão filtrava serviço público e vigiava estudantes

A Divisão de Segurança e Informações da Petrobrás vetou em maio de 1976 a contratação pela empresa do economista Job Medrado Brasileiro: ex-militante na Universidade Federal da Bahia, fora preso na "Operação Acarajé" contra o PCB baiano, segundo a 2ª Seção da 11ª Região Militar. Um ano antes, o jornalista João Hélio Marques Russo teve a vida devassada por organismos de repressão a pedido da estatal, porque reclamara da recusa do presidente da empresa, general Araken de Oliveira, a dar entrevista na Fecomércio de São Paulo. Já Márcio Scalercio, dirigente do DCE da Universidade Federal Fluminense, teve nome, filiação e endereço coletados pela Assessoria de Segurança e Informações da UFF e enviados ao Serviço Nacional de Informações (SNI), como aconteceu com dezenas de outros dirigentes estudantis da instituição em 1983. Descritos em documentos confidenciais, secretos e ultrassecretos recolhidos no Arquivo Nacional, milhares de casos semelhantes evidenciam a extensão da máquina de repressão montada pelo regime de 1964-85 para vigiar a sociedade. São relatórios às vezes produzidos por siglas familiares, como o próprio SNI, os Centros de Informações do Exército (CIE) e da Marinha (Cenimar) e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, os vários DOPS. Mas há também siglas pouco ou nada conhecidas , como a ASI SAELPA (Assessoria de Segurança e Informações da Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba) e a AESI DERJ IBDF (Assessoria de Segurança e Informações da Delegacia do Rio de Janeiro do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal). Todos formavam uma teia de espionagem da ditadura que chegou a 249 órgãos, segundo pesquisadores do NA.
(Estadão)
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