05 fevereiro 2014

PEDERNEIRAS: De volta ao trabalho, legislativo mantém velhos vícios

A Câmara Municipal de Pederneiras retornou às suas atividades na noite desta terça-feira (4), após o recesso de fim de ano, dando início ao período em que os trabalhos de plenário passam a ser semanais. A dispensa da leitura da ata da sessão anterior e o malfadado regime de urgência evidenciaram a continuidade dos vícios que a casa legislativa mantém há anos.

Outra questão que salta aos olhos é que em pouquíssimas horas, os projetos do prefeito com pedido de urgência são lidos, “encaminhados” às comissões e no momento da votação já estão com pareceres – sempre favoráveis -, sem que nenhum vereador membro de comissão tenha levantado da cadeira para compo-la, relatar ou votar, para que efetivamente houvesse parecer.  Relator de plenário, previsto pelo regimento interno, é figura nunca vista atuando por aquelas paragens.

Sobre o rompimento do serviço municipal de transporte circular pela ECCP e a contratação emergencial da Viação Jauense por 180 dias, o vereador Mauro Soldado registrou os eventos e foi além. Falou das reclamações que os estudantes tem feito em relação à prestação de serviço da Jauense no transporte deles para cidades da região, e da necessidade do legislativo acompanhar o processo licitatório que a prefeitura deverá realizar no prazo de 180 dias.

Registre-se ainda, que no segundo dia de atuação em Pederneiras, um ônibus da Jauense provocou um acidente, felizmente sem vítimas.

Falando ao Jornal da Cidade, de Bauru, em reportagem do último dia 1º, o prefeito declarou que “Tudo está sendo feito dentro da lei. Iremos comunicar os vereadores e o Ministério Público sobre as mudanças...".

Ao Ministério Público não se sabe se o alcaide comunicou. Mas aos vereadores nenhuma correspondência houve. Quem acompanhou a sessão, constatou que não foi lido qualquer documento do executivo nesse sentido. Assim, é de se presumir que o legislativo local não foi formalmente informado. Do inteiro teor do contrato emergencial firmado entre a prefeitura e a Jauense, de valor acima de R$ 800 mil, se nem à edilidade foi possível acesso, ao povo então...

O legislativo tem o dever de saber sobre cada vírgula do contrato prefeitura x Jauense, e fiscalizar. A fiscalização do uso dos recursos públicos é uma das principais atribuições do parlamento. Se o prefeito anunciou que daria conhecimento ao legislativo, como é de sua obrigação, e não deu, cabe aos vereadores cobrarem, sob pena de incorrerem na máxima dos que sempre dizem “sim” ou “sim senhor”.

Reginaldo Monteiro
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