07 janeiro 2012

Para crianças congolesas, comer hoje pode significar fome amanhã


Mulher e criança são vistos em Bukavu, na República Democrática do Congo 

Hoje as crianças mais velhas, Cynthia, 15, e Guellor, 13, irão comer. Amanhã será a vez dos menores, Benedicte, 3, Josiane, 6, e Manasse, 9.
Claro que os pequenos irão reclamar. "Sim, eles pedem comida, mas nós não temos praticamente nada", disse sua mãe, Ghislaine Berbok, uma policial de Kinshasa, na República Democrática do Congo, que ganha US$ 50 por mês. Talvez sobre um pouco de pão para eles no café da manhã, mas nada além disso.
"Quando chega a noite, eles estão fracos", disse ela. "E é claro que eles sentem fome e reclamam. Mas não há nada que possamos fazer. "
A família Berbok está apenas praticando um ritual que é tão comum em Kinshasa como as telhas de alumínio e as ruas de terra. "Corte de energia" é o nome que alguns moradores desta capital de cerca de 10 milhões de habitantes têm ironicamente dado a este procedimento. Certos dias, algumas crianças comem, outras não. Em outros dias, todas as crianças comem, e os adultos não. Ou vice-versa.
O "corte de energia" - em francês, delestage – faz referência a outro acontecimento que faz parte da rotina da vida da cidade: os apagões que atingem primeiro um bairro e depois outro.

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