O rato que ruge é uma
comédia britânica, de 1959, simples e direta. Um país que depende da exportação
de vinho para os Estados Unidos subitamente encontra poderoso concorrente. Na
Califórnia, surge um produto com nome semelhante e preço mais baixo. Para
evitar a falência, este pequeno país declara guerra aos Estados Unidos com
objetivo de ser derrotado e conseguir expressivos ganhos com sua derrota, como
ocorreu com o plano Marshall na Europa ocidental. Ou, com outro exemplo mais
recente, o Vietnã. O pequeno reino, por uma série de circunstâncias, vence a
guerra e o governo dos Estados Unidos oferece a paz e o pagamento de um milhão
de dólares. A história é uma grande ironia com a política externa dos Estados
Unidos, o que o torna muito atual. Antes de declarar guerra, o pequeno ducado
tentou negociar com Washington, mas não obteve qualquer resposta. Só restou a
guerra como alternativa. O fato é que o filme se parece muito com a situação
brasileira em sua atual relação com o governo de Washington. O presidente
Donald Trump fez 31 reuniões na Casa Branca para tratar da questão das tarifas
externas. Ele recebeu mais de vinte chefes de estado. Lula nunca foi lembrado
para participar das reuniões. Não enviou nenhuma sinalização para o Brasil.
Sequer respondeu a carta enviada em maio passado. Pode causar
alguma angústia, mas os brasileiros vão procurar novos parceiros e amadurecer
na política externa. Discursar no Palácio de La Moneda, em Santiago do Chile,
como Lula fez semana passada, ofereceu a chance de revisitar o local da morte
de Salvador Allende, em setembro de 1973.
(Blog do Noblat)
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