20 abril 2023

Refazer cálculos: CPMI dos atos golpistas se torna inevitável e pode atrapalhar agenda econômica no Congresso

A demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, inflamou a oposição e fez crescer o risco do governo ter de enfrentar sua primeira CPMI no Congresso, uma comissão para investigar o 8 de janeiro convocada pela oposição, num momento em que o Planalto quer apostar todas as fichas na aprovação da agenda econômica prioritária. Um dos líderes da oposição, senador Ciro Nogueira (PI) - ex-ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro -, afirmou à Reuters que a instalação da CPMI do 8 de janeiro se tornou "inevitável" depois da saída do general, e o ex-ministro precisa ser o primeiro a ser convocado. Nogueira não está sozinho na percepção. Ao menos um aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), alinhado ao governo, avalia que a tendência agora é que a CPMI vá adiante. O Planalto também refazia os cálculos. Depois de ter conseguido adiar a sessão do Congresso em que a comissão mista de inquérito seria instalada, o governo acreditava ter ganho algumas semanas de fôlego e tempo para começar a liberação de emendas parlamentares do Orçamento deste ano, assim como as nomeações de cargos de segundo escalão, um processo lento que tem atraído a reclamação de parlamentares.

(Reuters)


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