31 maio 2022

Com economia patinando: Fome vira sequela social da pandemia

“Com toda a ajuda, ainda existe uma grande miséria.” A frase é de Cleobaldo Martins de Oliveira, de 78 anos, líder de uma associação filantrópica de voluntários em Goiânia, que desde 1971 doa comida para pessoas em situação de rua. Tio Cleobaldo, como é conhecido, assiste ao pós-pandemia com cautela. Para ele, a fome é uma sequela social da Covid-19, que exige mais atenção da sociedade civil e do governo. Ele não está sozinho. Quem trabalha com esse tipo de assistência alerta que a gravidade da situação é tamanha que, mesmo com a solidariedade, falta comida. O efeito da pandemia é acentuado pela situação econômica que o país enfrenta em 2022, com inflação alta e desemprego persistente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em abril registrou alta de 1,06%, a maior para o mês desde 1996, e o desemprego persistiu no primeiro trimestre de 2022. A taxa de desocupação atinge 11,1% da população brasileira. São 11,9 milhões de pessoas sem trabalho. A conjuntura econômica reflete no prato. No Brasil, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), 36% dos brasileiros em 2021 não tinham dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses. Em 2019, a taxa ficou em 30%.


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