29 março 2022

Cesta motorista: Com pandemia, 'inflação do carro' tem avanço de 17,03% em 12 meses

Com o desarranjo das cadeias globais de produção em meio à pandemia, a inflação ao motorista acumulou alta de 17,03% nos 12 meses encerrados em março, segundo cálculos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), com dados do Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10). A cesta inclui preços de veículos, combustíveis, peças, serviços correlatos e tarifas públicas como multas e licenciamento. A inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula 10,79% em 12 meses até março. A guerra na Ucrânia acrescenta uma pressão adicional nas cotações do petróleo: caso nada mais aumente em abril, apenas o reajuste de combustíveis feito em março pela Petrobras elevará essa taxa para 22,08%. "Combustível é o foco (da inflação em abril), mas, com a retomada das atividades pós-pandemia, a gente pode ver novos reajustes em serviços que estavam meio congelados, como oficina, por exemplo", previu Matheus Peçanha, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre). No lado dos produtos, os dados mais recentes do IPCA, referentes a fevereiro, mostram que os automóveis novos já acumulam alta de 22,94% em 18 meses de aumentos consecutivos, apurou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Movimento semelhante ocorre em automóveis usados e motocicletas. A explicação por trás é exatamente a mesma, o setor automotivo tem sido um dos mais impactados pelo desarranjo das cadeias produtivas", afirmou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, à época da divulgação dos números.


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