04 novembro 2021

Plano "A": PDT e PSDB ajudam a salvar PEC da reeleição de Jair Bolsonaro

Partidos oposicionistas ou independentes salvaram a proposta de emenda constitucional que cria uma laje sobre o teto de gastos para permitir que Bolsonaro disponha de R$ 91,6 bilhões no ano eleitoral de 2022. Votada em primeiro turno na madrugada desta quinta-feira, a PEC precisava de 308 votos para ser aprovada. Passou raspando: 312 votos a 144. Uma sobra de apenas quatro votos. Deputados de partidos que cogitam disputar a Presidência votaram majoritariamente a favor do governo. No PSDB de João Doria e Eduardo Leite, ajudaram a aprovar a emenda 78,5% dos deputados presentes. No PDT de Ciro Gomes, o governo amealhou 71,4% dos votos. No PSD de Rodrigo Pacheco, 85% dos deputados disseram "sim" à emenda. No Podemos, legenda que oferece abrigo a Sergio Moro, o Planalto arrebanhou 55% dos votos. O PT de Lula votou 100% contra a PEC que permitirá a Bolsonaro colocar em pé o novo Bolsa Família de R$ 400, benefício válido apenas até 31 de dezembro do ano eleitoral de 2022. A PEC que abre espaço no orçamento para Bolsonaro gastar autoriza o governo a dar o calote em parte de suas dívidas judiciais, parcelando-as. E reforma o teto de gastos, criando a laje para suportar as despesas extraordinárias. Usado como álibi para a irresponsabilidade fiscal, o benefício social a ser pago aos brasileiros pobres poderia ser financiado de outra maneira -cortando emendas secretas de parlamentares, por exemplo. Ou reduzindo benefícios tributários de R$ 321 bilhões inseridos no Orçamento de 2022. O próprio Bolsonaro declarou que dispunha de um "plano B".


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