31 março 2021

Em meio à crise sanitária: Desemprego, fome e falta de teto escancaram a miséria na São Paulo pandêmica

"Não sinto mais dor. Pra falar a verdade, nem o dedo", diz Gilvan Mauro da Silva, 26. Falta um pedaço de seu polegar direito, vermelho e infeccionado. A ponta do osso está exposta, parcialmente coberta por uma pele amarelada e viscosa. Com a outra mão, o homem usa uma marreta para pregar um pedaço de madeira. Está levantando um barraco. Após quase um ano dormindo na rua ele, que já desistiu de procurar emprego de pedreiro, vai passar a noite entre quatro paredes - de madeira recolhida das ruas. Em meio à pior crise sanitária da história do país, desempregados, moradores de rua, pessoas que já não conseguem pagar um aluguel enchem as ruas de São Paulo. Novos barracos, filas maiores por comida e o evidente aumento dos sem-teto -23 mil, de acordo com a Prefeitura de São Paulo ou ainda mais segundo cadastro do Ministério da Cidadania: 33.292 famílias- criam novos desenhos na cidade. No centro e na periferia, os efeitos são visíveis. Enquanto isso, moradores da capital que podem passam os dias fechados em casa, cumprindo a recomendação de médicos e especialistas para conter a disseminação do coronavírus.


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