"Absurdo" foi a palavra mais repetida pelo general da
reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de
Governo de Jair Bolsonaro, nesta entrevista à coluna sobre os últimos decretos
presidenciais que liberam ainda mais as regras sobre posse e porte de armas e
munições no país. Entre outras mudanças previstas nos textos assinados na
sexta-feira, 12, caçadores registrados e atiradores passam a poder comprar até
30 e 60 armas, respectivamente, sem precisar de autorização expressa do
Exército. Santos Cruz critica desde a falta de critérios técnicos para basear
os decretos até o conceito de que armar a população tornaria o país mais
seguro. "Estimular as pessoas a andarem armadas por uma questão de
segurança pública não tem sentido, é absurdo", diz o general. O ex-ministro
reclama da possibilidade de uso de armamentos para fins políticos, como
defendeu o presidente Bolsonaro na reunião presidencial de abril de 2019. Além
disso, Santos Cruz chama atenção para o contexto de polarização no país.
"O fim do filme de qualquer sociedade dividida é a violência",
lamenta.
19 fevereiro 2021
Reginaldo Monteiro

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