20 dezembro 2020

Novos hábitos: Natal deve ser marcado por preço alto e busca por pechincha

O vendedor Jairo de Jesus, de 38 anos, decidiu se arriscar. De máscara, ele está disposto a enfrentar uma aglomeração no supermercado e até a correr o risco de não encontrar algum produto que procura porque pretende deixar para comprar alimentos e parte das bebidas da ceia de Natal no momento mais próximo da data. "Tem sempre aquele precinho da última hora", diz.  A expectativa do vendedor é conseguir alguma promoção num ano de um Natal marcado por inflação em alta, sobretudo dos alimentos, e falta de alguns produtos - de cerveja a eletrodomésticos, ainda em função da recuperação da indústria diante do tombo na produção provocado pela paralisação das atividades por causa da pandemia. Os planos de Jesus para o Natal deste ano são de uma comemoração modesta, só ele, a mulher e o casal de filhos pequenos. Ele pretende gastar com as compras bem menos do que em anos anteriores, quando a festa incluía parentes, amigos e vários presentes. "Este ano, vou concentrar os gastos na comida, nas lembranças para a mulher e filhos, e desembolsar menos." O vendedor que faz parte de um grupo privilegiado - manteve o emprego e a renda nos últimos meses - não é o único que está cauteloso nos gastos. 


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