16 setembro 2020

ECONOMIA: Sem Renda Brasil e rompido com Maia, o ano de Guedes já acabou


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (15) que o cartão vermelho que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou tirar do bolso não foi para ele. Pode até ser que Guedes continue em campo, mas é inegável que o Posto-Ipiranga está cada vez mais fragilizado e já poderia pedir, inclusive, para encerrar 2020. Além de ter que enterrar a ideia do Renda Brasil, que substituiria o Bolsa Família, Guedes perdeu a interlocução com o Congresso há poucos dias. E é no Legislativo que está boa parte das soluções para a agenda de Guedes. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escancarou o rompimento e mostrou indignação com a ordem de Guedes de proibir sua equipe de conversar com ele. Maia disse que vai continuar conversando com a ala política, mas não dá para negar que um rompimento entre o mandatário da economia e o dono da pauta na Câmara não tem nada de positivo para o governo. Num cenário de harmonia total já seria difícil imaginar que a agenda no Congresso tivesse a celeridade esperada pela equipe econômica. Com ano eleitoral então, Brasília ficará ainda mais esvaziada. Tanto no governo como no Congresso já há quem admita que dificilmente as recém-enviadas reformas estruturantes (administrativa e tributária) avancem neste ano, muito menos que sejam aprovadas.

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