18 agosto 2020

COREOGRAFIA: Bolsonaro repete 2018 na busca por um partido para chamar de seu


Em sua busca por um partido que lhe permita concorrer à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro repete a coreografia que protagonizou na campanha que o elegeu. Em 2017, Jair Bolsonaro já era um nome em ascensão. Havia anunciado que deixaria o PSC, ao qual se filiara havia um ano só, e começava a namorar o hoje extinto PEN, uma pequena e irrelevante sigla com três deputados. Para ter Bolsonaro no PEN, seu presidente, Adilson Barroso, aceitou mudar o estatuto, o programa de governo e até o nome do partido - que foi rebatizado de Patriotas, já que o "Ecológico" desagradava o ex-capitão. No dia da cerimônia em que Barroso anunciaria a filiação de sua nova estrela, com direito a coquetel e festa transmitida em live, Bolsonaro roeu a corda. Em discurso para a plateia perplexa, o pré-candidato disse que o "casamento" com o PEN só poderia se concretizar depois que o partido retirasse uma ação de inconstitucionalidade na Justiça que poderia prejudicar a Lava Jato (era o tempo em que Bolsonaro hasteava a bandeira da luta contra a corrupção). Adilson Barroso nunca engoliu a traição. Chegou a apelar para que Bolsonaro reconsiderasse sua decisão dizendo que, "depois de ter estuprado o PEN", o mínimo que o ex-capitão deveria fazer era "casar com o Patriota, a que ele deu o nome".

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