19 junho 2020

DOCUMENTO: PGR suspeita que empresários e políticos formaram rede para desestabilizar democracia


A Procuradoria Geral da República (PGR) afirmou em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há indícios de que parlamentares, empresários e blogueiros possam fazer parte de uma "rede" voltada à "desestabilização" da democracia. A PGR fez a afirmação no documento no qual pediu ao STF a deflagração de uma operação no inquérito sobre atos antidemocráticos. Segundos investigadores ouvidos, parlamentares são suspeitos de ajudar a financiar e divulgar manifestações antidemocráticas. A operação foi deflagrada na última terça (16) e mirou aliados do presidente Jair Bolsonaro. Todos negam irregularidade. Ao todo, 21 pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão e tiveram os sigilos bancário e telemático quebrados. Desse total, 10 são deputados e 1 é senador. Segundo dados da Câmara, desde março, a empresa Inclutech Tecnologia de Informação recebeu R$ 58 mil por meio de cota parlamentar, verba pública custeada pela Câmara e utilizada para a atividade parlamentar. Os gastos foram feitos por 4 deputados do PSL, cujos sigilos foram quebrados. A TV Globo procurou a empresa no dia da operação da PF, mas não houve resposta. Conforme o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, a rede é "integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”.

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