Pela ditadura militar — que assassinou ao menos 434 pessoas no país. Sem
medo do coronavírus, responsável por ao menos 5.000 mortes no planeta. Apesar
das evidências históricas e científicas (ou contra elas), apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram às ruas de cidades em todos os
estados da federação com pedidos claros e gestos que atentam contra a
democracia e contra a saúde pública nacional. Em meio a uma pandemia que levou
autoridades de dentro e de fora do Brasil apelarem para a restrição de
aglomerações, os protestos se mostram menos volumosos do que os vistos
anteriormente — embora a comparação exata seja impossível, dada
a falta de dados oficiais. Ao mesmo tempo, os cartazes e as falas encamparam
pautas mais radicais. Uma amostra de bolsonarismo condensado. Contrariando
recomendações do próprio ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde,
o presidente da República incentivou os atos e quebrou protocolos sanitários,
sob o silêncio dos chefes do Legislativo e do Judiciário — poderes na mira dos
manifestantes. Depois de discursar vários minutos usando termos como
"vagabundos" para se referir a integrantes do Congresso Nacional e do
STF (Supremo Tribunal Federal), Toni Imbrosio, membro de um movimento que se
autodenomina patriótico e de direita, chegou ao ponto que desejava. Ele invocou
a necessidade de colocar em prática o artigo 142 da Constituição, que na
interpretação dele, autoriza o presidente a convocar as Forças Armadas e usar o
poder bélico para aprovar as medidas que desejar. Alguns minutos mais tarde,
muitos quilômetros dali, ecos desse clamor antidemocrático foram ouvidos em
cidades como São Paulo e Rio. "Precisamos das Forças Armadas porque
estamos com uma quadrilha de comunistas aqui. Se as Forças Armadas não fecharem
essa bodega, isso aqui está arriscado a virar uma Venezuela", disse o
empresário Roberto Batista, que segurava uma faixa pedindo "SOS Forças
Armadas" em Copacabana.
16 março 2020
Reginaldo Monteiro

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