Bolsonaro disse a apoiadores na porta do Palácio do Alvorada,
na manhã desta sexta-feira (27), que há um artigo na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) que obriga a autoridade do Executivo (ou seja, o poder público
correspondente) a arcar com encargos trabalhistas de estabelecimentos
comerciais fechados por sua determinação. "Ó,
tem um artigo na CLT que diz que todo empresário, comerciante etc. que for
obrigado a fechar seu estabelecimento por decisão do respectivo chefe do
Executivo, os encargos trabalhistas quem paga é o governador e o prefeito. Tá
ok? Fecharam tudo. Era uma competição quem ia faturar mais”, afirmou. O
artigo 486 da CLT afirma o seguinte: “No caso de paralisação temporária ou
definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou
federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a
continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a
cargo do governo responsável”. Para Fernando Sartori Zarif, sócio do escritório Zarif e Nonaka Advogados, esse artigo não pode
ser aplicado à atual situação brasileira, uma vez que o fechamento de serviços
não essenciais nas capitais do país e a orientação de isolamento social para a
população ocorre por falta de qualquer outra alternativa diante de uma crise
biológica e sem controle. "Estamos vivenciando uma situação de 'força
maior', que nos remete ao artigo 501 da CLT. Inclusive, a situação de
calamidade pública já foi declarada e reconhecida pelo Decreto Legislativo nº
06 de 2020", afirma Zarif. O artigo 501 da CLT afirma o
seguinte: "Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em
relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não
concorreu, direta ou indiretamente". "O presidente deu
essa declaração em decorrência dos atritos com os governadores. Provavelmente,
como uma forma de fazer a população acreditar que quem determina o fechamento
dos estabelecimentos é responsável pelo pagamento de encargos
trabalhistas", diz Fernando Sartori Zarif. "Está uma bagunça, uma
briga política que não tem nada a ver. Não vou entrar no mérito de quem tem
razão, mas é uma disputa politica", diz Mello Ferreira.
28 março 2020
Reginaldo Monteiro

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